Meu primeiro contato com a palavra escrita foi muito, muito
cedo. Minha mãe sempre contava historinhas e isso me deixava morrendo de
vontade de ler como ela... Até que entrei no pré e isso me deixou mais perto de
realizar meu sonho... Meu pai, que só sabia escrever o próprio nome ficava todo
cheio de orgulho de me levar à escolinha... E, assim que percebeu que eu sabia
ler, me trazia livrinhos pequeninos para que eu lesse e nos dias de folga, saía
pra passear comigo e ficava me perguntando o que estava escrito nos lugares. Me
pedia que lesse tudo...rsrs Placas, pedaços de papel, nomes de loja, destinos
dos ônibus... Lembro que eu não podia pedir um livro que não demorava muito para
ganhar... Ganhei um dicionário Aurélio e um livro lindo chamado 'Olhai os
lírios dos campos'... Depois vieram Escrava Isaura, Senhora, e muitos
exemplares da série Vaga-lume. Virei uma devoradora de livros... E, desde que
eu estivesse estudando, meus pais não deixavam que ninguém me interrompesse...
Ficava todo feliz, quando eu contava sobre o que estava lendo... Outro momento
muito, muito importante era o de ler as cartas que ele recebia da família que
estava no Pernambuco... Ele sempre se emocionava... E me abraçava, dizendo que
eu tinha tudo o que ele não tivera... E que ele se orgulhava muito disto. Era o
máximo também o jeitinho da minha mãe fazer com que eu escrevesse... Sempre me
dava diários e caderninhos de recordações de presente... Detalhe... Sempre havia
algo escrito por ela na primeira página. E isso me incentivava a escrever...
Principalmente porque meses depois, sentávamos para ler as 'recordações' como
dizia ela, que sempre primou pelo meu desenvolvimento intelectual. Lembro com
carinho, saudades e muito orgulho da riqueza em que tomei contato com o mundo
da leitura.
By Sandra Gonçalves.
By Sandra Gonçalves.
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